Todos respiramos, o tempo todo, mas nunca nos perguntamos: e o que é respirar? Talvez por ser tão essencial, esse ato nos passa despercebido o tempo todo. O tempo todo. A maioria de nós nem percebe se está respirando fluentemente ou com dificuldade. Só percebe quando a dificuldade está prestes a se transformar numa impossibilidade. Se respirar é viver, talvez, se estivéssemos mais conscientes de nossa respiração, pudéssemos estar também mais conscientes de nossas próprias vidas.
E, acho que por isso mesmo nos tornamos inconscientes; estarmos mais conscientes de nossas próprias vidas incluiria estarmos perceptivos de sofrimentos, o que seria por si só sofrer. Porém, também é verdade que, ao conhecermos o veneno, conheceríamos o antídoto. Entrar em contato com o sofrimento interno e manter a espontaneidade da respiração, nos levaria ao prazer do passo seguinte. O prazer do simples sentir, o prazer do sentir que sente; o prazer de sentir, não aquilo que fere nossos poros, mas de sentir os próprios poros. E, se o sofrimento for caminho para isso, que seja, se o preço do maná divino for caro, que o cobrem de uma vez, e que o usufruamos desde já.
Uma vez tomada essa decisão nos surpreendemos, descobrimos que passamos décadas evitando o crescimento por intuir que o crescer envolve sofrimento, mas que na verdade, o que provoca – e eterniza – o sofrimento não é crescer, mas a própria resistência ao crescimento. Ao acender a luz, a escuridão desaparece, ao respirarmos profundamente, os mais temerosos fantasmas evaporam, ao permitirmo-nos sentir o grande sofrimento que achávamos carregar dentro de nós, vem a revelação: o sofrimento não era enorme e nem tinha vida própria, nós quem lhe conferíamos vida, força, tamanho e longevidade, ao resistir a ele. E, quem precisa disso? Quem verdadeiramente precisa disso?
Sofrer é vício? É vício necessário? Ou é estratégia equivocada do bem viver? Ou é ilusão de conforto? Por que o alimentamos diariamente como a um filho querido? Será por simples medo de que a vida aconteça?
Temos medo de nos entregar por inteiro ao crescimento, seja lá o que isso signifique; daí, vamos com metade do coração, metade da atenção, como se estivéssemos nadando com o nariz metade para fora, metade para dentro d’água. Não dá para ir longe assim, não haverá fôlego suficiente. Vamos divididos e, dividido, ninguém tem fôlego o suficiente para atravessar o grande canal. Precisamos das duas pernas para andar, e que a musculatura inteira contribua, no mesmo sentido. Mas, uma parte nossa coopera com o crescimento, outra é contra e resiste. Esse conflito interno cria, alimenta e perpetua o sofrimento. E, para evitá-lo, nos tornamos inconscientes de nós, inconscientes da vida e aí, é melhor tornar-se insensível à respiração.
No entanto, quando nos permitimos sentir de novo, progressivamente, mais e mais, a respiração, vem uma revelação: vamos abandonando a idéia de termos que sofrer para crescer. E é importante abandoná-la. Se você cooperar inteiramente com o crescimento, não haverá sofrimento. De todo. Se você estiver inteiramente entregue do movimento de crescer, você se deleitará; cada novo instante na estrada do crescimento será prazer e êxtase.
Mas, como tomar essa atitude se o desejo de tomá-la é consciente, mas o medo que a evita, se arma nos porões do inconsciente e não temos acesso a ele? É verdade, a consciência não tem acesso pleno às regiões onde os medos e as restrições ao crescimento foram plantados dentro de nós, mas isso não nos impede de desmontar esse mecanismo anti-vida. A respiração pode ser o caminho. Um caminho acessível mesmo a quem caminhou pouco ou quase nada nessa direção.
Todas as restrições que criamos ao nosso crescimento refletiram em restrições à respiração, escutando essa respiração, estaremos escutando também às restrições criadas e aos medos que as motivam. E, pasme, ao se sentir escutado, o medo vai deixando de ser medo, o medo vai se tornando sensibilidade, a chave que fechava nossas portas, passa a ser a chave que as abre.
Experimente você mesmo, torne-se você mesmo sabedor disso na prática. Abandone a ideia de que é necessário sofrer para crescer e dedique uma hora de seu dia, apenas a sentir sua respiração, o que quer que isso signifique para você; e você verá medos e restrições se dissolvendo, você começará a sentir uma sensação de liberdade, de descanso, de vivacidade, de inteligência… você se verá crescendo em muitos aspectos de sua vida. Mas, lembre-se, nessa hora separada para esse ritual, dedique-se apenas ao sentir a respiração. Tranque-se em um quarto, sem nenhuma outra atividade, sem nada de prático ou objetivo para ser resolvido e… sinta-a… sinta-a… e sinta-a novamente, e novamente, e novamente.
Sempre que se perceber disperso, observe a dispersão e sinta como você sente a respiração durante a dispersão. Se você se pegar pensando sobre problemas que não estão no quarto neste momento, observe como você pensa e… sinta como está a respiração durante o seu pensar naquilo.
Alcançar isso já seria uma grande revolução na sua vida. Uma enorme revolução. Mas, é possível ir ainda mais além com a respiração e com o que pode ser entendido como crescimento. A respiração traz consigo muitas possibilidades e é possível explorá-las. Certas respirações específicas desenvolvem capacidades também específicas nossas, uma respiração em ritmo quaternário na parte direita de nosso pulmão por exemplo, pode estimular uma capacidade de concretização de planos, inimaginável a um ser que, até hoje, era essencialmente um sonhador; uma respiração em ritmo trinário no lado esquerdo do pulmão pode desenvolver a criatividade em alguém que se avaliava incapaz de sê-lo.
Sentir plenamente a respiração pode ser o primeiro e o mais essencial e revolucionário passo já dado numa vida, mas, um passo, descortina caminhos e mais caminhos de exploração, vida afora, pelos terrenos da condição humana. A ciência da respiração tem em si a possibilidade libertadora e a possibilidade de nos retornar o leme, as velas e os remos de nossa nau, para que justifiquemos o direito à vida que recebemos, para que realizemos a maior viagem ao nosso alcance, a viagem pelo mar nunca d’antes navegado de nosso próprio existir.
Pedro Tornaghi
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Autoconhecimento pela Respiração:
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Esse curso é um convite à exploração de novas dimensões de sua vida a partir de mudanças em sua respiração. Nele serão experimentadas meditações baseadas em maneiras de respirar, capazes de revelar potenciais adormecidos e enriquecer a vida com amor, saúde e harmonia.
Em vivências progressivas e inspiradas, você descobrirá como a respiração consciente e profunda leva a uma mudança na qualidade de vida em diferentes áreas, trazendo mais energia ao corpo, relaxamento à mente e uma amorosidade espontânea que torna a vida mais vibrante e agradável.
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O curso terá a duração de quatro meses, com opções de turmas semanais ou de encontros intensivos em um final de semana por mês.
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Curso Semanal:
setembro a dezembro de 2016
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Informações e inscrições: (21) 2508-8608
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Respiracao e vida. Genial! Estou precisando melhorar a minha.
Vou começar hoje a viver a minha respiração. Estou num momento em que estou precisando me conhecer melhor.
Obrigado pelas informações, que ajudam bastante.
Suas informações ajudam bastante. Obrigado.
Como e bom rever e saber sobre respiração, sopro da vida.
Grata.
Todos respiramos, o tempo todo, mas nunca nos perguntamos: e o que é respirar? Talvez por ser tão essencial, esse ato nos passa desapercebido o tempo todo. O tempo todo. A maioria de nós nem percebe se está respirando fluentemente ou com dificuldade. Só percebe quando a dificuldade está prestes a se tornar uma impossibilidade. Se respirar é viver, talvez, se estivéssemos mais conscientes de nossa respiração, pudéssemos estar mais conscientes de nossas próprias vidas.Simplesmente lindo adorei..
Adorei o assunto respirar é tudo que estou precisando aprender melhor..
Isso é tudo
o grande portal de luz ..a eternidade ao nosso alcançe
o homem que amansar seu corpo é um grande cavaleiro
o homem que dominar a palavra é um grande guerreiro
os olhos, os ouvidos, a voz, os passos, a mente carecem
de disciplina…mas o que me fez mais feliz foi sua assertividade
minha gratidão!
De Ouro Preto eu e Martinha agradecemos o texto com saudades e beijinhos
Há muito tempo li, não sei onde, que para dor de cabeça ou mal estar no cérebro tapamos a narina direita e respiramos só pela esquerda; e se é o desconforto do restante do corpo; tapamos a narina esquerda e respiramos só com com a direita tenho feito e ensinado quando reclamam pra mim e o mal estar passa…
abraços, se tiverem este texto por gentileza me enviem….grato a todos
Desejo informações sobre os Cursos, Ampliação da Consciência Através da Respiração e Meditação Através dos Chakras e da Respiração.
Aguardo contato.
Grata.
Roberta.
Olá Roberta,
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Atenciosamente,
Helena Fischer
Assistente do Pedro Tornaghi