Atenção, Aprendizado e Memória

Um dos assuntos que mais mobiliza o ser moderno, é a perda da capacidade de concentração, e com ela, a baixa performance no aprendizado e memória. Infelizmente, a preocupação se dá principalmente pelo estreitamento do horizonte profissional e a expressiva piora na qualidade de sobrevivência que o baixo rendimento da atenção gera. Mas, o que está em jogo é algo de consequências bem maiores e significativas. É algo que mexe com o cerne e o sentido do viver.

 

Perder a capacidade de atenção é perder a vida. Só vivemos realmente aquilo de que estamos conscientes, presentes, participativos. E, cada dia mais, constata-se a dificuldade de pessoas estarem presentes no que fazem.

 

De modo geral é muito mais fácil para uma criança do que para um adulto ficar absorto em uma atividade. Se a atenção é um de nossos maiores tesouros, uma qualidade essencial, por que será que a maioria de nós deteriora essa capacidade, em vez de melhorá-la e aprimorá-la com o tempo?

 

Há razões subjetivas e objetivas para isso. As objetivas chegam a ser óbvias. A cada dia mais disputam nossa atenção propagandas, apelos de pessoas solitárias, tarefas, obrigações crescentes, impostos, trânsito caótico e etc, etc, etc. Cada vez que você entra em um supermercado, se depara com algumas centenas de produtos em embalagens cuidadosamente estudadas para disputar – e ganhar – sua atenção entre tantas concorrentes. É um festival de cores e formas sedutoras, idealizadas por quem examinou como o seu subconsciente reage aos diferentes estímulos, querendo tirar de você o resultado esperado: sua atenção e sua energia – se possível em forma de dinheiro.

 

Depois, você sai na rua, se for em uma cidade grande, passará por inúmeros letreiros, bancas de jornal, vitrines, todas bombardeando sua sensibilidade atrás de atenção, cada uma dizendo “é para mim que você deve olhar”.

 

Em seguida, você pega seu celular, entra em uma rede social, e são milhares de amigos e desconhecidos, cada um implorando por um “like”, por um sinal de que você dispensou um pouco da sua atenção com o que ele tinha – ou não tinha – a dizer. E você passa ainda para os noticiários, novelas, propagandas, vídeo-clipes, todos disputando seu olhar e consciência. Os amigos, os da ideologia de cá e de lá, querendo que você os escute e pense como eles. Se você tiver uma religião, também terá seus seguidores exigindo a fidelidade de suas ondas mentais, emocionais e espirituais, que elas se afinem a eles. Se você tiver um time de futebol, terá ainda mais algumas almas convictas a dizerem a que seus neurônios devem se dedicar. Se você pertencer a um grupo que segue uma moda ou que tem crenças em certos comportamentos, eles também vão exigir que você repare nos detalhes escolhidos pelo grupo para serem vistos como “certos” e os para serem considerados “errados”.

 

E, se você for uma pessoa moderna, dessas que durante o almoço fala com três pessoas no zapp enquanto checa os e-mails e o messenger e ignora a televisão ligada aos berros ou o CD tocando inutilmente, para aproveitar qualquer brecha da sua lucidez…

 

É fácil entender como o mundo foi ficando complexo e, com ele, as demandas sobre nossa atenção. É fácil também colocar nele a culpa pelo declínio de nossa atenção. Pronto. A culpa é do mundo. Está resolvido. Na verdade, assim nunca mais o distúrbio será resolvido.

 

Se quisermos mudar essa equação indesejada, temos que agir onde nos é possível ir até o fim. Na estrutura interna de nossa atenção. Ok, paremos então de engabelar e de nos perder no labirinto e armadilhas do mundo exterior e entremos no que interessa, no que poderá transformar nossa condição para melhor. O mundo subjetivo. O mundo interior. Sim, é nele que acontece a perda da qualidade da atenção. Mesmo que todos os estímulos externos contribuam para isso.

 

A grande causa da perda de atenção é vivermos em conflito. E vivemos em conflito principalmente por não vivermos no presente. Estamos sempre ocupados em ser alguém mais – do que somos – então, temos pouca disponibilidade para dar atenção ao que ocorre em nosso interior ou ao nosso redor. Queremos ser alguém melhor, ter uma condição melhor do que a que temos agora, e aí criamos uma divisão interna entre o que somos e o que deveríamos ser, não aceitamos o que somos e lutamos para ser outra coisa. Lutamos. E essa luta nos tira a energia necessária para estarmos atentos ao agora. A atenção é uma viagem rumo ao presente. E requer energia. Uma enorme energia. Mas, quando essa energia está na atenção, a própria atenção se encarrega de nos alimentar com nova energia. A atenção é como um fogo, diziam os velhos mestres indianos. A atenção gera vitalidade.

 

Existe conflito apenas quando há divisão. Divisão entre a sua ambição e a ambição de alguém mais. Divisão entre as suas aspirações naturais, de tornar-se um ser humano pleno e as ambições adquiridas da sociedade, de conquistar sucesso e poder no seu grupo social. Acreditar no outro destrói a integridade da sua percepção. Acreditar no que te dizem que é a verdade, destrói a sua capacidade de enxergar a verdade por você mesmo. Acreditar no que todos acreditam destrói o seu bom senso, a sua visão, a sua alma, a qualidade da sua atenção. A qualidade da sua vida.

 

Se você está sempre querendo tornar-se algo, esse algo mora no futuro. Estabelece-se um jogo em que você fica sempre atrás de ganhar ou perder alguma coisa mais adiante, sempre preso a uma dinâmica de estar “tornando-se”, “ganhando”, “perdendo”, “sendo recompensado ou punido”… toda a energia vai para esse processo de “tornar-se” alguém mais. Esse processo conflituoso. Esse conflito desprovido de silêncio. Que acaba com sua possibilidade de escutar, de estar atento.

 

Escutar pressupõe silêncio interior. E, quando há esse silêncio e escutamos inteiramente a algo, podemos nos fundir a este algo, e este algo pode nos transformar. Se o que escutamos nos transforma, há um aprendizado nessa escuta. Uma experiência transformadora, dificilmente é esquecida. Ela provoca uma reação química, que causa sensações internas marcantes, impressionantes, o que a torna difícil de ser esquecida, porque a experiência passa a ser você. Você passa a ser ela. É impresso dentro de você. Como não aprender com ela? E como esquecê-la mais tarde? Quanto mais profunda for a transformação, mais profundas serão as raízes do aprendizado e mais perene a memória do fato.

 

A baixa qualidade da atenção tem uma razão de ser, tem uma função psicológica. Ela deve evitar que o conflito estabelecido em seu interior, seja perturbador para você, deve resolver o incômodo do conflito, recalcá-lo em algum abismo interior seu e impedir aquilo que foi recalcado emerja à luz da consciência. É a estratégia da avestruz que, para fugir dos seus problemas, enterra a cabeça na terra. Ela deixa de ver o problema, mas esse não deixa de existir. Se o problema for um predador que se aproxima, ela não evitará a ação dele, apenas a facilitará, a tornará irreversível. Se você deixa de ter consciência do seu conflito interno, ele irá comer você por dentro, silenciosamente. E irá lutar para perpetuar sua inconsciência, de maneira a evoluir sem a sua interferência. E você substituirá sua vida por uma falsa vida. Sem muito contato com seu interior, sem qualidade de atenção, sem grandes aptidões para o aprendizado, sem qualidade de memória.

 

A deficiência da atenção torna-se crônica a partir daí porque você não se permite mais escutar com profundidade e muito menos transformar-se a partir do que escuta, você não sedimenta mais o aprendizado porque evita se deixar penetrar pela experiência.

 

Mas esse ciclo pode ser interrompido. Você pode recuperar o seu potencial de atenção se quiser. Pode mesmo melhorá-lo, levá-lo a uma excelência desconhecida até então. Quando isso acontecer, você terá uma experiência de verdadeiro êxtase existencial. Um êxtase que poderá permanecer, enquanto você permanecer com a mesma atitude. Um êxtase que só dependerá de você. E que ninguém será capaz de tirar de você.

 

A atenção é uma arte. E toda arte pode ser desenvolvida. Muitas vezes por uma outra arte. A arte que restaura e desenvolve a atenção é simples como o vento. É revigorante como o fogo. É fluida como a água. É concreta como a terra. A arte que leva a atenção ao seu clímax e à sua excelência é a que no Oriente se convencionou chamar de meditação.

Pedro Tornaghi

 

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